No Fim, o Não Saber
Uma travessia entre dúvidas e coragem, onde até o silêncio parece gritar.
Este poema nasce das inquietações que nos atravessam quando tudo parece turvo — quando as perguntas se acumulam, e as respostas nos escorrem pelos dedos. Ele é um mergulho no abismo da existência, onde cada verso balança entre o medo de parar e a coragem de continuar.
Escrevi pensando naqueles dias em que nem o tempo parece saber o que fazer de nós. E, ainda assim, seguimos — mesmo sem saber se o que temos é força para resistir… ou para finalmente ceder.
No fim
Não sei o que a palavra diz.
Não sei o que a ação pede.
Não sei o que a vida quer.
Não sei o que o amor bebe.
Não sei o que a memória lembra —
E, quando lembra, por que me fere.Não sei a que serve a resposta.
Não sei que pergunta me serve.
Não sei quanto tempo eu tenho,
Ou se é tarde demais para tudo.
Não sei quão alto grita o silêncio,
Ou por que meu grito parece mudo.Não sei se é a força da questão que me guia,
Ou se é o medo da resposta.
Não sei o que é ser eu,
Ou o que é ser diferente.
Não sei o que me reserva o destino,
Ou a que serve essa tal sina.No fim, eu tenho coragem.
Mas não sei
Se é para desistir
Ou para seguir em frente.